Medicina hiperbárica: o que é?
A Medicina
Hiperbárica é o ramo da medicina responsável pelo estudo e implementação das
normas técnicas e de segurança em ambientes pressurizados, aplicados para o
tratamento das patologias causadas pelas variações de pressão sobre o organismo
humano. É também responsável pelo estudo e estabelecimento de protocolos de
tratamento para todas aquelas patologias para as quais o oxigênio sob pressão
tem a função de potente ferramenta auxiliar de
tratamento.
Para tanto,
utilizamos as chamadas câmaras hiperbáricas.
Câmara
Hiperbárica:
São equipamentos de
paredes sólidas, com janelas que permitem a visualização do que está acontecendo
dentro e fora do equipamento, no qual o
paciente entra para se tratar respirando oxigênio puro (a 100%), sob uma pressão
correspondente a aproximadamente 10 a 20 metros de profundidade no mar. Dentro
desse equipamento o paciente está em constante contato com a equipem médica,
podendo assistir televisão e se movimentar dentro dos limites físicos do
mesmo.
Normas de
Segurança:
Há diversas normas
de segurança que devem ser respeitadas. Dentre elas, uma das principais é não
levar objeto algum para dentro da câmara. Todas essas normas são oportuna e
detalhadamente explicadas para os pacientes e seus acompanhantes antes da
primeira sessão.
Oxigenioterapia:
O oxigênio, quando administrado sob
pressão, funciona como um medicamento. A elevada pressão desse gás no ar, quando
ingerido, corresponde a um grande aumento da fração de oxigênio dissolvido no
plasma. Esse aumento faz com que o gás se difunda a uma distância até quatro
vezes maior, atingindo pontos que se encontram pouco oxigenados. Uma vez melhor
oxigenadas, as células chamadas fibroblastos voltam a ter a sua função
normalizada, com conseqüente estímulo na formação de novos capilares sanguíneos,
aumento da ação bactericida e bacteriostática dos antibióticos, e formação de
células responsáveis pela estrutura da pele.
Inúmeros trabalhos
publicados em todo o mundo nos últimos 40 anos comprovam a eficácia da
Oxigenioterapia Hiperbárica como excepcional ferramenta do tratamento médico,
promovendo, entre outros efeitos, o retorno dos fibroblastos a suas funções
normais. Isso culmina com a aceleração
de cicatrizações, melhora a qualidade da osteogênese e dos tecidos de granulação
e um combate mais eficaz de infecções. Atua também de maneira sinérgica com
determinados antibióticos, ou seja, aumenta a eficácia dos mesmos. Desta forma,
pode auxiliar a reduzir ou até mesmo evitar procedimentos cirúrgicos mutilantes
e excessivos, proporcionando uma recuperação mais rápida e com melhores
resultados clínicos.
Propicia também um
efeito mecânico de compressão de todas as bolhas gasosas (cuja maior utilidade é
tratar patologias relacionadas ao mergulho), e uma ação sobre a formação de
radicais livres (com função nos casos de lesões por isquemia-reperfusão). Todos
os mecanismos anteriormente descritos estão envolvidos quando da utilização
dessa modalidade terapêutica para queimaduras.
Utilidades:
Resumidamente, há
indicação de se utilizar a oxigenioterapia hiperbárica para tratar de doenças
descompressivas (relacionadas ao mergulho); embolia arterial gasosa (por
mergulho, iatrogênica ou idiopática); deiscências e complicações de cirurgias,
pancreatites e isquemias pós-transplantes; traumas com lesões por
isquemia-reperfusão, com infecção secundária ou com abrasões; infecções de
partes moles, como erisipelas, celulites e fasciites necrosantes, feridas
refratárias (de difícil cicatrização); enxertos ou retalhos comprometidos;
doenças arteriais obstrutivas e vasculites, doenças venosas e linfáticas,
osteomielites e infecções em próteses, necrose asséptica de fêmur; queimaduras;
lesões actínicas (originadas pela exposição à radiação ionizantes); e infecções
odontológicas